Galeria Novocais
Exposição Porto Cidade - A memória do lugar
Projeto de arquitetura de uma galeria na zona portuária do Rio de Janeiro, curadoria e cenografia das exposições Porto Cidade - a memória do lugar, Sebastião Pires e Nazareth Celestial sobre a obra de Ernesto Nazareth.
Fotos: Ana Borelli/Clara Goldenstein
Ano: 2017
Porto Cidade -
A memória do lugar
Essa exposição foi pensada para reverenciar o passado da Zona Portuária do Rio de Janeiro, área que vai da Praça Mauá, Morro da Conceição, Saúde, Gamboa, Morro da Providência, Morro do Pinto até Santo Cristo.
A história urbana e cotidiana da região do porto é aqui tecida numa rede de memórias afetivas através de um recorte fotográfico de mais de 570 imagens, que representam a evolução dos bairros e de suas identidades, de 1800 a 1980.
A construção da narrativa espacial foi concebida em seis temas/pilares: memória – tempo – passado – sujeito – identidade – cidade. A partir deles, a exposição foi dividida em cinco espaços distintos: o primeiro apresenta uma estrutura metálica que avança sobre o mezanino e recebe imagens da primeira grande obra do Porto, de 1903 a 1911; o segundo é demarcado por um grande painel fotográfico que representa a teia de memórias da região, com 274 imagens oriundas de diferentes acervos e exibidas em ordem cronológica, marcando a evolução urbana e humana do lugar; o terceiro é um passeio pelo bairro do Santo Cristo de “ontem”; e por fim apresentamos com destaque uma homenagem a dois personagens históricos da região, o fotógrafo Sebastião Pires e o músico Ernesto Nazareth, que recebem duas salas especiais.
Ao fazer um retorno amoroso ao passado, é possível resgatar memórias, símbolos, identidades, despertar o sentimento de pertencimento a um lugar e promover uma reaproximação das pessoas com essa região tão rica da cidade.
O lugar de hoje sempre foram muitos lugares e muitas vivências.
Ana Borelli
Sebastião Pires - Em Busca do Tempo Perdido
Eu buscava um registro fotográfico do cotidiano da região, feito por um morador, quando encontrei o acervo de Sebastião Pires e assim nasceu esta sala/instalação.
Retratista largamente conhecido no Morro da Providência e no Morro do Pinto, onde morou - Tião, como era conhecido, fotografou as famílias, as festividades e os eventos dessas comunidades entre as décadas de 1960 e 1980.
Apresentamos uma seleção de 200 imagens, agrupadas por temas: cor, portrait, família, crença, celebração e cotidiano, e que representam um reencontro afetivo com o passado da Providência e as memórias de seus personagens.
Ana Borelli
Nazareth Celestial
Esta sala foi pensada para homenagear o mais erudito de todos os artistas brasileiros: Ernesto Nazareth (1863-1934).
Nazareth, que nasceu no Morro do Pinto, foi um dos compositores de maior importância para a cultura brasileira, compôs nos mais diferentes gêneros e foi o responsável pela criação do tango brasileiro. Compôs sua primeira música aos 14 anos, a polca-lundu Você bem sabe. Morreu aos 70 anos e deixou um repertório essencialmente clássico, dedicado ao piano, dentre as 211 peças que escreveu.
Nesse espaço interativo o expectador entrará em contato com a obra do artista através de um jogo visual de palavras entre os nomes de suas obras e os estilos musicais que as classificam, de aúdios , partituras e vídeo.
Um erudito carioca a ser redescoberto.
Ana Borelli
Nesta sala apresentamos um vídeo, produzido especialmente para esta exposição, com artistas brasileiros contemporâneos que interpretam Nazareth ou que nele se inspiraram para a criação de suas obras.
Créditos do vídeo
Odeon
Composição de Ernesto Nazareth
Letra Vinicius de Moraes
Interprete Nara Leão
Programa “Saudade não tem idade”, 1979
Grupo Corpo
José Miguel Wisnik
Músico
Grupo Corpo
Ballet Nazareth - 1993
Coreografia: Pedro Pederneiras
Bambino
Composição de Ernesto Nazareth
Letra José Wisnik
interprete Elza Soares
“Garrincha – Estrela Solitária”, 2005